22 de agosto de 2010

A Oitava Cor...

Ele dividiu o céu depois da tempestade em um arco no fim da estrada. Era como uma placa de boas-vindas. Uma promessa de calor e roupas secas assim que eu fizesse a travessia. Mas meus pés estavam presos ao chão, meus olhos incrédulos recusavam-se a perder um segundo que fosse daquilo. Eu queria poder registrá-la de qualquer forma que fosse, mas não havia como. Nem mesmo a Faber Castel a capturara até então. Aquela oitava cor não era azul, ou rosa, ou verde. Nenhuma cor para a qual eu tivesse nome. Não era tampouco uma mistura delas. Era como uma fascinante quarta cor primária. Talvez o primeiro homem a pisar na lua entenderia a emoção daquela descoberta. Não era apenas mais uma cor para a cartela, era uma novidade que duplicava minha capacidade de percepção. A percepção de uma vida sendo inacreditavelmente expandida naquele breve segundo em que meus olhos capturaram aquela nova cor perfeita. A partir daquele momento algumas de minhas convicções mudaram. O arco-íris tinha oito cores.  
Eu tinha você.

2 comentários:

CARDOSO, Letícia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CARDOSO, Letícia disse...

Ítalo, fico feliz que tenha gostado do texto a ponto de publicá-lo no seu blog, mas não estar nem entre aspas dá a idéia de que foi escrito por você, quando na verdade o texto foi escrito por mim, entende?