9 de agosto de 2010

Anarquia

Não valia a pena permanecer daquele jeito e naquele momento. Meu coração dilatava-se e comprimia-se aos suspiros meus e a cada aperto uma dor que parecia não ter fim e queimava interiormente como enxofre nos pulmões e lacremejava minh'alma. A verdade era que aquele instante egoísta, por pensar em si só, autoflagelava-me em concordância com a minha decisão. E alcançava de mim o que eu não queria dar. Impulsionado por um coração deslacerado, o meu sangue palpitava em águardente, queimava. Fervia. Queimava. Os dois. Eu não sabia ao certo o que falar, a minha linguagem fazia perder o sentido de qualquer tradução. Eu me sentira só, porque o vazio fez de mim seu habitat natural, trouxe consigo o resto dos seus entes queridos. Era o que eu dizia, que aos poucos tudo voltaria ao seu devido lugar. Eu persistia, mas não voltaram e o dia mais uma vez acoube-se com um turbulhão de coisas que deveriam serem feitas, mas não foram... Pelo menos o Téddyo não me visitou àquela tarde. Eu queria mais, o mais (para mim) ainda era pouco para o que eu gostaria de ter. Assim como a rosa possui espinhos, naquele instante eu não possuia calma. Naquele instante eu não possuia luz própria, assim como o céu possuia estrelas e, ao pulsar de uma delas, latejarei meu coração: afinal, era apenas um músculo involutário. Pois a minha anarquia não era por falta de Reis, era por falta de você.      

1 comentários:

Wilma Raquel disse...

Esse blog já virou meu companheiro diario, pra ler, ouvir musica, ou so ficar olhando....é tão bom...:)