20 de outubro de 2010

Eyes

Alguns dias já se passaram desde a ultima vez que te vi partir. E eu te juro, essa dor está me matando. Sobrevivi até agora porque te tenho em mim. As noites frias me fazem lembrar dos momentos que passamos juntos. Os meus olhos vêm demais. Como eles podem olhar em uma direção tão dolorosa e sofrida como essa? Eles recusam-se a olhar para o lado, porque sabem que você não está lá. Eles recusam-se em olhar para cima, porque sabem que o céu é o limite para a vida. Eles recusam-se em olhar para dentro de mim porque sabem que o que sinto ainda está vivo. Mas eles se recusam a tantas coisas, porque não podem se recusar a me fazerem olhar para você? O horizonte me destrai agora, e eu não consigo viver sonhando. Eu quero saber como você está, eu quero que você me conte como foi o seu dia, como está sendo sua vida. Essa distância se recusa a nos colocar de frente. E o tempo passa tão rápido, aliás, só o tempo tem tempo para afastar as pessoas. Uma carta com letras de forma, uma canção tocada em cinco acordes.  Meus olhos queimam de paixão. Eu só quero que eles olhem para frente. O passado não me traz boas lembranças.

Pra mim, pra você.

E derepente você acha que tudo o que você praticava foi em vão, que tudo isso fez de você bagaço. E derepente você escolhe dar razão aos seus sentimentos, porque pior que não ter o que sentir é possuir um coração gelado. E derepente você toma um simancol e vê que tudo o que você mais deseja é que a razão de suas lágrimas se torne concreta. E derepente você se sente só mesmo estando acompanhado. Ainda assim você consegue sonhar, você consegue cantar, ouvir e entender o que os outros dizem. Mas será que eles entendem o que você diz? Mesmo desse jeito, derepente você vê a vida de um outro ângulo e aceita seus erros, provoca os seus acertos, desenha uma nuvem num papel. E meus amigos, cadê? Derepente você pensa em deixar alguém, mas não consegue. Claro! O que você sente é mais forte do que a vontade de deixá-la. Derepente você percebe que leva um tempo para compreender que o calor que o sol aquece o seu corpo não é o bastante para você se esquentar do frio que toca seu coração. Derepente você acredita que o que você falou nunca foi muito com medo de não ser o suficiente, apenas deixou seu espirito para cima quando não havia razão na angústia. Aí derepente você deixa uma luz acesa para lembrar de algo que não doesse na sua vida. E derepente você percebe que esse é o momento certo para dizer que ama alguém, e percebe que fez a maior burrada de sua vida, rs. O incrível é que você ainda espera respota. Derepente você se vê adormecido e não consegue segurar em alguém e tudo o que você precisa é de um esconderijo. Você sente a falta de alguém agora. Que tal uma salma de palmas para perceber que você pode sim ser forte quando tocar seu coração e conseguir enxergar que ele está cortado demais para amar alguém? E derepente quando a ultima lágrima cair dos seus olhos você vai ver, sorrir e cantar Happy Day! E derepente milhares de mentiras te deixarão mais frio e não vai mais crer que pode olhar para alguém do mesmo jeito. Derepente o tudo se torna o nada e o nada continua como sempre, e você aprende que o pra sempre, sempre chega no fim. E derepente você só quer um abraço, um toque. Agora olho em outra direção, e derepente percebo que a chuva não cai só sobre mim.

13 de outubro de 2010

Seja você também.

Ser forte é ver a pessoa amada com outra e rir com os olhos cheios de lágrimas. É amar alguém em silêncio. É deixar-se amar por alguém que não se ama. É consolar quando se precisa ser consolado. É saber esperar quando não se acredita mais no retorno. É elogiar quando se tem vontade de maldizer. É manter-se calmo mesmo no desespero. É fazer alguém feliz mesmo com o coração em pedaços. É ter fé naquilo que é difícil de acreditar. É tentar perdoar alguém que não merece perdão. É sorrir quando se deseja chorar; é calar quando se quer gritar a angústia que sufoca. Ser forte é fingir alegria quando não se sente. É sorrir quando se deseja chorar. Ser forte é, enfim, viver quando já se sente estar morto. Ser forte é lutar pelos seus objetivos por mais difícil que seja a vida. Por isso, por mais difícil que ela seja: ame-a, seja forte!

9 de outubro de 2010

Vambora

C: Não importa, vem agora.
M: Vem pra onde?
C: Aquele mesmo lugar, que a gente nunca devia ter deixado.
M: Mas eu só posso te ter na minha cabeça.
C: E você só pode existir no meu coração.

Alienação

Então siga todas as regras, use tudo que está na moda, seja descolado e faça muitas amizades virtuais, não fale com gente da sua cidade. Pegue todos (as), beba até cair, e por mais magro que tu sejas, pense sempre que está gordo (a) e que deve entrar em dieta. Ache seus pais caretas, e menospreze teus avós, pois o que eles dizem não tem nada a ver com a realidade. Compre os discos que vende na tv, e ouça todas as músicas que tocam na rádio. Compre um violão pra bater fotos e coloca-las no orkut, e não esqueça da shisha, ela te faz tão bem. Lembre-se que no vídeo-game, tu pode ser um herói da guitarra, ou um ótimo bandido, e na internet tu pode inventar teu nome e criar tua imagem, e todos vão acreditar que tu és o que não é. Faça parte de um grupo fechado, cujo nome é uma sigla com significado imbecil, deixe seus amigos fazerem as tuas escolhas e apenas concorde com a opinião deles. Tente ser parecido com a garota falsa da novela, ou com algum ator de um filme famoso. E por fim, escreva uma música falando que gostava de uma menininha, mas ela foi embora, e te deixou chorando, e não esqueça de dizer que agora a vida não tem mais sentido, que prefere morrer.
Essa não seria uma vida perfeita?
Essa não seria uma vida perfeita!

4 de outubro de 2010

F U G A

E se eu quiser ir pra Marte? Posso estar longe de tudo e ainda aquecer meu coração. Ficarei sem ar do mesmo jeito e se necessário for, respirarei fogo: queimaduras a mais não vão fazer diferença. O vazio preenchia-se em mim ao ter visto o meu sonho desaparecer em neblina. O inverno escondeu as tuas flores e congelou meus pés que já estavam presos ao chão. As mãos agarradas no punho se fecharam ao perceber que seguravam quatro rosas entre os dedos, uma para cada estação; de janeiro a janeiro. As fases da lua revoltavam-se entre si. Mas não há oxigênio em Marte, decidi amassá-las e jogá-las no solo que já é só por ele mesmo. Quando no céu ofuscavam estrelas eu podia ver o brilho do teu olhar, em meu coração ardia a vontade de os contemplar um pouco mais, para que eu pudesse esquecer de mim e pensar em você. Se o universo conspira ao meu favor pedirei a imensidão que te traga novamente para os meus braços, assim poderei lhe dar as rosas que prometi, ainda que estivessem sujas. As estações continuam sempre belas, sabia? Eu vou lembrar de você, mesmo que eu perca a memória. Eu vou pisar na rocha. Eu tentarei de novo, Marte. Se nada der certo, é pra lá que eu vou. Matche!

O bebê quer andar

Olhe pra mim. Vê? Eu não sou mais uma criança, cresci. Eu me olho no espelho e não vejo aquele garotinho que queria transformar o mundo, que subia no pé de árvore para roubar as mangas do vizinho, que riscava a parede do quarto pra sentir-se melhor, que contava as estrelas para diminuir a ansiedade, que tinha o Duddy como amigo invisível. Duddy, que saudades de você; ele me entendia, falava que tudo passa. Inclusive eu. O pijama não cabia mais em meu corpo. Os R$ 0,10 que eu pedia a titia não dá mais pra comprar dois pacotes de jujubas. A bola de vôlei hoje está murcha. Os sonhos? Cadê? Se achá-los me procurem, certo? Aquele mundo redondo de cor azul não existe mais, onde eu via meu céu, minhas estrelas, meus pássaros, o meu mar. Nem os desejos, nem os pedidos, nem nada. A única coisa que ainda resta é o coração, ele ainda pulsa por uma vida melhor sabe? Pois é, ele bate tão forte que até dói. Mas essa dor dá pra suportar, o que não dá é o que abre ainda mais as minhas feridas. Mas alguém me disse que isso iria passar, o Duddy me falou e eu acredito nele! Ele é meu amigo! Ele nunca mente, ao menos pra mim. Não sei o que é amor, não sei se existe. Não sei o que é cuidado. Seria privação? O que é proteger? Responsabilidade? Eu só quero respirar um pouco. As dúvidas ainda permanecem aqui. Que bom! Eu vou gritar se for necessário, vou fazer o que quero: chorar o que tem que ser chorado, xingar quem tem que ser xingado, amar quem tem que ser amado - caso eu aprenda - viver o que tem que ser vivido. Quando a gente cresce, a gente quer viver. Criamos asas e queremos sentir o ar roçar o nosso rosto. Queremos tanto e não podemos nada. Quase nada. O mundo tá girando rápido não é? Muito rápido por sinal. Mal dá para sentir o dia, ou as horas, ou o tempo. Meu tempo é curto. A vida é curta e nela não cabe o meu coração. Faltou o ar... Não sou mais criança, e eu quero viver a vida que é minha.

2 de outubro de 2010

Conto, canto, encanto, encontro.

Ao te encontrar
desconheço-me de mim,
e o começo é o fim
de tudo que quero lhe mostrar.

Eu esqueço, tu encanta.
O que tinha feito a mão,
foi feito em vão,
até a lembrança, que era tanta.

E como quem canta
Pro teu encanto direi não
Será minha vez então,
acabando com isso que não adianta.

Queria conseguir te contar
Queria coseguir-te assim:
“Ufa, Enfim!”
Para outra vez poder amar. . .

Um dia, conto.
Um dia, canto.
Te encanto.
Se, por aí, te encontro
(Á um desconhecido)
Por Karina C. Cinel

1 de outubro de 2010

Ponta de Humaitá


A vista da paisagem os intrigava. Não era apenas um mar, era algo inexplicável. Ali estava uma mistura de sensações, em um ritmo acelerado: o coração batia; a respiração frígida, o ânimo resplandecia. Era o poder da natureza fazendo promessas. As promessas que mudariam suas percepções e capacitava a cada olhar o poder de distinguir tudo o que sem valor. Não era fantasia ou algo assim, era a mais pura realidade, era uma vista e não seria em hipótese alguma uma miragem. O deserto não era ali. Embora dentro de si fosse desse jeito, o modo como as coisas fluíam era natural. Ardia no peito uma vontade de continuar, de estar, de permanecer ali. O vento passava entre nós, o sol penetrava em nossa pele e o mar... Ah! O mar! Tão belo e esplêndido, poderia retratar aquele momento com um azul diferente. Mas ele estava calmo demais, eles estavam ali o contemplando. Inigualávelmente a qualquer outra coisa que fosse. O dia estava lindo e ao som do violão as águas dançavam para encantá-los. O sol brilhava, as lentes da máquina fotográfica se aliaram aos seres, retratou o irretratável. E isso agora, fica só na memória...